Utilizando MAPAS MENTAIS no ensino

Recentemente, ao aplicar um exercício de memorização em um trabalho com professores pude constatar o poder que as imagens têm. Solicitei que os participantes fizessem a leitura de 12 palavras durante 30 segundos. Em seguida, pedi que os mesmos as anotassem dentro do tempo de 1 minuto. Depois concedi mais trinta segundos para que eles observassem 12 imagens, também dentro do tempo de 30 segundos, tendo em seguida mais 1 minuto para nomeá-las em um papel. Após compararmos os resultados constatamos que foi possível lembrar mais das imagens do que das palavras. 

De acordo com Treichler (1967) o ser humano geralmente retém mais e melhor a informação por intermédio da visão, como mostram os percentuais abaixo considerando os nossos cinco sentidos: 

1% através do GOSTO 

1,5% através do TATO 

3,5% através do CHEIRO 

11% através da AUDIÇÃO 

83% através da VISÃO 

Com um nível de importância bem mais baixo em relação à visão, como observado acima, vem a audição e, uma vez juntados esses mecanismos, temos um potencial de 94% na nossa capacidade de memorizar e reter a informação, nos permitindo assim aumentar as chances de ampliar nossas referências. 

Então, se juntarmos esses dois canais de percepção humana na explanação de um conteúdo em sala de aula será que a possibilidade do nosso aluno ter uma melhor compreensão do assunto irá aumentar? Que tal experimentarmos? 

Para facilitar essa tarefa poderemos utilizar um dispositivo que foi concebido para esse fim e também para melhorar a capacidade criadora. Estou me referindo aos MAPAS MENTAIS que são uma espécie de memograma cuja finalidade é organizar as ideias utilizando palavras-chave, cores e imagens em uma estrutura que se irradia a partir de um centro em ramos (Figura 1). Os desenhos juntos com as palavras-chave nos MAPAS MENTAIS favorecem o aprendizado e, consequentemente, melhoram a produtividade do aluno. 


O conceito de mapa mental foi desenvolvido por Tony Buzan, em Londres, na década de 70 do século passado, utilizando como princípio as experiências humanas que são muito ricas em informações: imagens, sons, emoções e sensações diversas. Segundo Buzan (2009), o meio mais comum para a apropriação dessas vivências são as palavras. Seu uso pressupõe a compreensão do código da linguagem. Entretanto, a transformação de experiências em frases com sentido exige uma sequência linear de exposição de ideias. Se essa forma é a adequada para o registro lógico das informações, nem sempre é a melhor maneira de articular o conhecimento de forma sistêmica. 

Os desenhos de MAPAS MENTAIS permitem a percepção dos vários elementos que compõem o todo, com seus desdobramentos e suas relações, tirando proveito do fato de que a mente humana lida de forma muito eficiente com imagens organizadas. Tudo em uma única estrutura, portanto, de forma integrada. Assim, da mesma forma que ferramentas em geral auxiliam na execução de atividades físicas, MAPAS MENTAIS auxiliam a inteligência, ampliando a capacidade de raciocinar sistemicamente, ajudando a percepção simultânea “da floresta e das árvores”, permitindo a atenção segmentada e a preservação das relações com o todo. 

As leis que orientam a elaboração do MAPA MENTAL são muito simples. Primeiro use uma folha de papel (A4, A3, cartolina, papel madeira) na posição “paisagem”, depois pegue o tema central do seu conteúdo e coloque no centro da folha. Essa ideia pode ser representada por uma figura. Em seguida distribua as ideias secundárias em ramos que saem do centro como se fossem os galhos de uma árvore. Comece na parte central e no alto e vá descendo no sentido dos ponteiros do relógio, distribuindo os ramos secundários até completar os 360 graus em volta da idéia central. Para cada ideia secundária um ramo. Só precisa ter cuidado para não deixar o seu MAPA MENTAL muito cheio de informações. Você pode acrescentar ideias nas extremidades dos ramos secundários e assim por diante. 

As ideias devem ser identificadas em uma única palavra (palavra-chave) e deverá ter uma figura associada a esta para facilitar o trabalho de memorização do cérebro -  lembra da experiência com os professores que citei no início? Use também letras de forma (o cérebro lê melhor os traços do que as curvas da letra cursiva) e para cada ramo que você puxar do centro use uma cor diferente (cada ramo uma única cor). 

Depois que você praticar bastante no papel poderá fazer uso de um software. No endereço eletrônico www.mapasmentais.com.br  você encontrará mais informações de como fazer e utilizar os MAPAS MENTAIS e também alguns programas em computador. 

Pois é, esses são os principais passos para se fazer um MAPA MENTAL e com ele tornar a sua apresentação mais atraente e estimulante. Certamente o interesse dos seus alunos pela sua aula vai aumentar significativamente. Veja abaixo um exemplo de MAPA MENTAL destacando os benefícios do seu uso.

 Bom trabalho! 


 BUZAN, Tony. Mapas mentais. Rio de Janeiro: Sextante, 2009. 

TREICHLER D.G. , Are you missing the boat in training aids?, Film and Audio-Visual Communications, vol. 1, Feb. 1967, pp. 14-16, 29-30, 48.