Mário Jorge Oliveira Silva
"Se cada um de nós varresse a frente do nosso lugar, o mundo todo seria limpo."
Johann Wolfgang Von Goethe
Uma das grandes dificuldades nas nossas escolas públicas é fazer com que todos que nelas trabalham compreendam o que necessariamente precisam fazer para que os resultados positivos apareçam.
A falta de informação sobre as tarefas mínimas de cada atividade e a ausência de uma comunicação efetiva sobre o que se espera que as pessoas façam (atitude) são, em geral, o grande gerador da falta de comprometimento dos trabalhadores nessas organizações, e consequentemente, o que se vê são resultados inexpressivos para a demanda de uma instituição educacional.
Um manual de procedimentos de cada atividade que deveria ser um instrumento de orientação quase não existe, e quando existe ou é pobre em suas prescrições ou não está acessível aos trabalhadores. É bem verdade que a falta de conhecimento científico ou específico na área de gestão e de experiência dos gestores nesse mister, como também a falta de estrutura (física e administrativa) para dar suporte à consecução de uma administração calcada em rotinas de processos é um entrave a ser considerado.
Deste modo, os ensinamentos dos cursos de formação continuada para gestores, além da mera e simples transmissão de conhecimentos sobre gestão precisam de uma abordagem comportamental para que se chegue a um estado de consciência genuíno, enfocando a necessidade de se colocar a favor do processo de transformação da realidade do ambiente escolar um profissional com uma postura de liderança capaz de implementar uma política de realização e de resultados.
Na esteira desse processo, o gestor deve estar preparado para levar as pessoas da escola a cumprirem o seu papel. Não se trata de estar o tempo todo dizendo o que precisa ser feito ou investigando se o que foi determinado está ou não sendo cumprido (em algumas situações isso precisará ser feito, porém não o tempo todo), mas por intermédio de um processo de educação constante das pessoas, edificar uma comunidade precedida de responsabilidade pelo que lhe é cabido e também pela confiança que deve existir em ambos sentidos.
O estabelecimento do estado de ordem e harmonia é imprescindível para que a escola consiga funcionar, sem a agonia dos focos de incêndio que precisam ser apagados a todo instante. Pensem comigo na seguinte situação: um aluno chega à escola atrasado e alega ao porteiro que o motivo do não cumprimento do horário se deveu a um incidente quando o mesmo vinha para a escola. Ao transitar pela margem de uma rua um carro, ao passar sobre uma poça lançou água nele, deixando-o todo ensopado, o que o fez retornar a sua casa para trocar a roupa.
Nessa situação é bem comum vermos o porteiro, fiel cumpridor das ordens da direção encaminhar o garoto para a secretaria para que ele se explique. Ora meus caros, o diretor ou diretora tem uma infinidade de questões burocráticas e administrativas para cuidar durante todo um dia de trabalho e esses pormenores bem que poderiam ficar à cargo do nobre porteiro, pois como os demais membros de uma comunidade escolar, deve também ser responsável pela facilitação do acesso ao processo de aprender e ensinar.
Portanto, quando todos dentro da escola estiverem muito bem orientados sobre os seus papéis e quando forem também envolvidos pela áurea do dever e da sua importância dentro do processo educacional, certamente o ganho para o nosso aluno será imensurável.